Porque faz sentido falar de um compromisso
O ano de 2016 pode vir a ser um ano decisivo para a bicicleta em Portugal com benefícios para os cidadãos, a economia, a mobilidade e as cidades.
O tema da mobilidade em bicicleta tem vindo a ganhar um crescente destaque na Europa, quer pelo impacto que os investimentos públicos realizados nas grandes cidades têm tido, mesmo naquelas com pouca tradição de uso da bicicleta, quer pelo reconhecimento pela Comissão Europeia da importância da bicicleta como um modo de transporte (EU Cycling Summit- 1.º reunião ministerial da EU exclusivamente convocada para debater a mobilidade em bicicleta) e como um contributo para o crescimento económico (aprovação do Parlamento Europeu do «EU Roadmap for Cycling»).
No presente ano de 2016, prevêem-se um conjunto de programas públicos de investimento em Portugal dos quais se salienta o UBike, promovido pelo IMT e dirigido até 10 centros universitários (com uma dotação de 5,5 milhões de euros), e os Programas Estratégicos de Desenvolvimento Urbano promovidos por cerca de 100 municípios com uma linha de ação dirigida especificamente para a mobilidade urbana sustentável (que poderá ir até 300 milhões de euros).
É fundamental que este esforço de investimento público produza um conjunto coerente e consequente de esforços que induzam uma sólida mudança modal (com um aumento do uso da bicicleta e uma redução do transporte individual), redução dos consumos energéticos (através de uma descarbonização dos transportes), aumento da segurança rodoviária (com uma redução da sinistralidade em meio urbano), promoção de estilos de vida saudável (acompanhada de combate à obesidade infantil e juvenil) e uma melhoria do espaço público nas cidades. Ao mesmo tempo, esta mudança pode ser uma oportunidade para o incentivo à produção nacional de bicicletas, componentes e ao surgimento de novos produtos e serviços dirigidos aos vários tipos de utilizações da bicicleta: como meio de transporte, turismo e lazer em bicicleta, desporto.